segunda-feira, 1 de junho de 2009

Do Seguimento dos Posts

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Da Incapacidade de Reconhecer as Nossas (In)capacidades

De tudo aquilo que tenho aprendido ao longo da vida, há algo que cada vez mais julgo como primordial na orientação futura, que é a necessidade de não nos julgarmos capazes de tudo e sabermos duvidar de nós próprios. Já o sábio grego assim o afirmava e cada vez lhe dou mais razão. Veja-se a crise económica e as razões da sua existência. Afirmo e reafirmo que advém de uma birra de algum senhor, de alguma agência de rating, que perdeu muito dinheiro em algum negócio que considerava garantido ou foi "aldrabado" por alguém, e assim reduziu o grau de confiança daqueles que devem dinheiro e o resultado está à vista.
Não foi isto que me levou a escrever o título acima, mas antes a resistência que as pessoas têm a reconhecer que não são capazes de resolver alguns problemas que lhe surgem no dia-a-dia e a levantar autênticas barricadas à sua volta, no intuito de evitar a todo o custo a invasão das suas quintinhas (leia-se, exposição das suas “fraquezas”), como escreveu Eça de Queirós, ou, como "rugia" o meu avô paterno "Não sabe... pergunta!". Numa coisa estou de acordo com o Sr. Sócrates (o primeiro ministro!), "Quem não faz nada já está a errar!". Não é de inanimismos que precisamos nem de encolher de ombros, mas de atitudes pensadas e ponderadas, de preferência assumidas por uma equipa de profissionais - duas cabeças ou mais, geralmente, pensam melhor do que uma! - de forma a dar corpo a soluções para ultrapassar os obstáculos que nos surgem diariamente. Termino citando um cientista, do qual li um livro de divulgação científica há algum tempo e a quem peço desculpa por não me lembrar do nome no momento, e que escreveu que o pai lhe perguntava sempre que chegava a casa depois de um dia de aulas, se tinha feito alguma boa pergunta aos professores. Não posso concordar mais com este cientista, quando não se sabe há que fazer boas perguntas a quem sabe, só nos enriquece e demonstra a nossa inteligência.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Da Crise Económica

Tenho seguido com muita atenção a formação e aproximação da "onda" da crise. Qual sistema ondulatório, estes períodos surgem periodicamente na sociedade de forma mais ou menos intensa, dependendo, na minha modesta opinião, demais de questões emocionais/psicológicas do que propriamente materiais/físicas. Desde há algum tempo, que me questiono acerca de como se forma, de onde vem e para onde vai, toda uma imensa quantidade de transferências financeiras entre os vários actores da economia global e porque razão, de repente, se esfumam todas estas transferências e se começa a ouvir dizer que não há dinheiro. Antes havia? Quem disse que sim? Quais as provas apresentadas? São aquelas agências que toda a gente houve e ninguém sabe quem são nem que métodos/fontes utilizam para emitir as suas análises? Não foram estas mesmas agências de "rating" que meteram água, afirmando que nos EUA estava tudo bem? Viram o resultado que deu? Será que o ouro existente se derreteu ao sol? O petróleo evaporou-se devido ao calor do deserto? Os cereais foram consumidos por uma praga de roedores ou outros animais? Eu, por natureza e convicção sou optimista e acredito nas pessoas, mas esta crise parece-me que tem muito mais de psicológico do que de real. Aguardemos para ver!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Do Ser Professor

Como escreveu um colega meu, ser professor, nos tempos que correm, é ser irrelevante. Para os nossos governantes não interessam os meios para atingir os fins pretendidos. Veja-se os cursos CEF, PIEF, escolas TEIP II e outras siglas quejandas para apelidar e tentar esconder o verdadeiro problema do país. Como é possível, num país onde exista uma verdadeira política estratégica para o ensino, misturar no mesmo espaço físico vândalos e marginais cadastrados (alguns perigosos) com idades entre os 14 e os 19!, com alunos que estão no seu percurso escolar normal, com idades entre os 10 e os 14. Estes alunos, elegem os outros como "heróis" da escola e tentam seguir o seu exemplo (drogas, álcool, distúrbios nas salas de aulas e noutros espaços da escola), apenas com o intuito de não lhes acontecer nada e/ou cair nas suas boas graças. Sr. Sócrates e D. Lurdes, peço que pensem muito bem no que está a acontecer antes que seja tarde demais, pois em vez de estarmos a recuperar "meninos" para a escola e a "melhorar" as estatísticas, podemos estar a hipotecar o futuro dos restantes alunos, pois com a obrigação de manter os alunos na sala de aula a todo o custo, estamos obrigados a baixar a exigência e a preocupar-mo-nos em demasia com aquele facto do que com o ensinar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Do Ténue Equilíbrio Ecológico

Comecei a leitura do livro "A Terra em Equilíbrio", de Al Gore. Fico com a sensação que o tema aquecimento global e as suas consequências, entraram na ordem do dia como uma moda, ou seja, apesar dos alertas que muita gente tem vindo a fazer nos últimos 30 anos, aponto a título de exemplo Al Gore, a discussão do tema ecologia só se faz em larga escala, porque alguém, politicamente influente, conseguiu que assim fosse. Continuo sem perceber quais as razões que justificam a decisão de investidores e gestores em apostar em negócios que delapidam, até à exaustão recursos naturais, conquanto em esgotando esses recursos os "negócios" daí dependentes desaparecem. A justificação do lucro, motivada por uma assembleia de accionistas sedentos de dinheiro, não explica tudo e não pode servir de desculpa à devastação do ambiente natural. A título de exemplo, veja-se o que se passa na floresta Amazónica a na floresta africana. A vontade política é a grande e única responsável pela destruição em curso. Será assim tão difícil o investimento em negócios ligados ao ambiente, seguramente lucrativos e menos agressivos para o ambiente, que demonstrem responsabilidade social? Será que os políticos ainda não perceberam que se investirem na qualidade ambiental e por conseguinte, na qualidade e bem estar das populações são reeleitos por estas?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Do Aprender Matemática

Reparo que está na moda a publicação de livros de divulgação sobre a necessidade de aprender Matemática. Fico satisfeito e louvo os nossos editores que apostam em tal tema. Apesar de tudo, julgo que os temas editados passam por modas e a Matemática, pelos vistos, está na moda (espero que por muitos e bons anos!). Assim, aproveito a oportunidade para recomendar a leitura de alguns títulos editados: "Toda a Matemática que precisa saber - Um guia para os cálculos do dia-a-dia", de Steve Slavin, pode ser um grande auxiliar para aqueles que se assustam facilmente com os números e consideram a tabuada algo de transcendente e impossível de decorar, entre outros cálculos, experimentem! "Aritmética para Pais", de Ron Aharon, um livro que todos os pais (e alguns professores) deveriam ler, para perceberem que a Matemática tem que ser encarada com naturalidade, exactamente como o aprender a ler e a escrever. "Tudo o que precisa saber para ensinar Matemática", de William C. Robertson, um livro que nos demonstra por que é a Matemática é como é e ainda, porque nos ajuda a recordar a razão de ser, de alguns conceitos matemáticos entretanto esquecidos. É um bom livro para para quem ensina Matemática no Ensino Básico. Para os que ensinam, leiam o livro "Elementos de Matemática", de Pedro Palhares (Coord.), um bom manual para todos os professores do Ensino Básico (até ao 9º ano), claro e muito útil. Para terminar recomendo ainda o livro "A Matemática das Coisas", de Nuno Crato, um livro que nos ensina que a Matemática está em tudo e em todo o lado! Espero, sinceramente, que de agora em diante as pessoas comecem a olhar para a Matemática de forma diferente, pois gosto de relembrar aos meus alunos que aprendemos Matemática ainda antes de saber falar.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Do Investimento na Escola!

A escola é uma organização com um peso social tremendo e tem que servir de exemplo a seguir, no entanto, é um facto histórico de que se tem verificado o contrário, facto este corroborado por um sem fim de investigações de toda a espécie. Isto seria o suficiente para alarmar quem tem poder de decisão, mas até ao momento não é isso que se tem verificado. Assim, sucedem-se, em catadupa, decisões sobre os mais variados aspectos que directa ou indirectamente influenciam o desempenho da escola. O primeiro problema que se deve atacar, é o facto de os responsáveis máximos pela educação em Portugal, leia-se Ministra da Educação e os seus dois Secretários de Estado, terem desautorizado por completo os professores, transmitindo a noção de impunidade e desresponsabilização aos alunos e respectivos pais e Encarregados de Educação, convencendo-se estes que a escola é a panaceia para todos os males dos seus filhos e educandos, atente-se na proposta da CONFAP em passar para, pasme-se, 12 horas(?!...) o período de abertura das escolas (das 7 às 19). A juntar à falta de autoridade é o facto de que, ao fazer-se a divulgação da necessidade de fazer valer os direitos das crianças, para evitar maus tratos, o que diga-se é muito positivo, com campanhas sucessivas que estão a assumir proporções um pouco exageradas, está a provocar um efeito perverso, passo a explicar. Nas escolas, no decorrer das actividades escolares, já começam a surgir situações em que os professores ao chamarem à atenção dos alunos, por terem procedido de forma errada num determinado momento ou situação, se revoltam demonstrando uma atitude arrogante e de afrontamento com os responsáveis, desafiando a autoridade dos professores e funcionários, afirmando que têm o o direito e se não fizerem o que querem queixam-se à autoridades e afirmam que é um seu direito contraporem as indicações dadas pelos educadores e auxiliares, não aceitando as orientações sendo que as suas é que devem prevalecer. Acentuo este último aspecto, pois muitos alunos, apesar de acatarem as ordens assumem uma postura de incómodo por tal situação. Pergunto, é com este tipo de orientações e postura dos nossos governantes que a escola ultrapassa os seu problemas? Parece-me que não!